RAÇA HUMANA

Sob muita discussão, a UnB - Universidade de Brasília, em 2004, foi a primeira Instituição Federal de Ensino Superior no Brasil a estabelecer as cotas raciais como critério de ingresso nos cursos de graduação. Hoje, enquanto o debate versa sobre as políticas de permanência de negros e afrodescendentes nas universidades federais de todo o Brasil, a política de cotas para o acesso ainda encontra resistência. O vídeo a seguir, contendo o documentário "Raça Humana", conta um pouco do debate travado na UnB e certamente nos auxiliará em nossas pesquisas e em nossos debates sobre o tema.     

O Projeto

O projeto de pesquisa "Determinantes da Equidade no Ensino Superior: Uma análise da variabilidade dos resultados do ENADE do desempenho de cotistas e não-cotistas" faz parte do esforço para avaliar o programa de ações afirmativas implantado na Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 2004, que serviu de referência para a discussão para a política nacional de ações afirmativas pelo governo federal.

As universidades públicas brasileiras implantaram diversos programas de ações afirmativas na última década que mudaram o perfil dos alunos do ensino superior. A política de democratização do acesso ao ensino público superior ficou conhecida como política de cotas e estas demandaram um conjunto de instrumentos destinados a facilitar a permanência e a aprendizagem dos alunos. A implantação do acesso por via de cotas teve grande repercussão na opinião pública e gerou muitos debates na comunidade acadêmica, sobretudo, pelo receio de perda da qualidade do ensino, da pesquisa e da inovação, em uma instituição secularmente movida por critérios de mérito. Após a conclusão das primeiras turmas de ingressantes com cotistas é possível investigar se, de fato, havia fundamentos para as manifestações de receio da perda de qualidade da educação pública superior entre outras questões.

Esta pesquisa tem como objetivo verificar em que medida a universidade é capaz de reduzir as desigualdades de desempenho entre cotistas e não-cotistas, avaliando a saída da Universidade, por meio do exame nacional de desempenho de estudante – o ENADE, na conclusão do curso. Procurará ainda explicar a variabilidade associando-a a fatores de contexto.